03 fevereiro 2010

5 filmes incríveis arruinados por mudanças de última hora.

  “Consertaremos isso depois!” é sempre a frase mais dita pelo produtores de filmes quando surge algum imprevisto. Infelizmente, as coisas sempre tendem a darem errado na pós-produção, na maioria das vezes graças a interferência dos estúdios.
As vítimas incluem…



I Am Legend – Eu sou a Lenda

Como deveria ser:

  Nesta adaptação do clássico de horror escrito por Richard Matheson, Will Smith interpreta o Dr. Robert “Legend” Neville, o último sobrevivente de uma cidade infestada por vampiros mutantes.
No final original do filme, Neville é pego de surpresa quando os vampiros conseguem passar pela sua barricada e se infiltram no seu esconderijo (quem irira imaginar que se trancar num lugar fechado no meio de uma cidade cheia de vampiros seria uma má idéia?).

  Sim. No original, os vampiros revelaram-se serem criaturas inteligentes e benevolentes que apenas estavam tentando resgatar um vampiro que Neville havia capturado antes.


  Não apenas o livro termina de maneira semelhante, como na verdade, é esse o principal ponto do livro. É por isso que o título se chama “Eu sou a Lenda”. Neville descobre no fim que os vampiros são gente boa e que ele na verdade é que é o mostro da lenda dos vampiros. talvez um título como “Eu sou um cusão” fosse mais apropriado.
 

  A versão “melhorada”

  Após um feedback negativo sobre esse final realizado com uma audiência de testes os produtores decidiram mudar o final da história. No novo fim, Neville contra-ataca os vampiros para proteger seus novos aliados. Ele faz isso jogando uma granada a centímetros do rosto deles, destruindo toda a fortaleza e atingindo severamente seus companheiros. Cagada hein. Vale notar também que no final original, Will Smith havia matado apenas alguns vampiros que tentavam resgatar a menina.
Isso acaba gerando outro problema. Durante todo o filme, havia pequenas dicas que sugeriam que os vampiros eram seres inteligentes, mas no fim isso é completamente ignorado. Os vampiros se tornaram nada mais que selvagens loucos por sangue e horror.


  Talvez a parte mais triste disso tudo é que ninguém envolvido na produção realmente acreditava na mensagem da história. Eles não produziram um filme para transmitir algo pra quem assiste, só pensaram em colocar cenas legais cheias de computação gráfica e chamar isso de filme.

  Onde você pode encontrar o original:

  O final original pode ser encontrado no DVD do filme, na cena bônus intitulado “O Controverso desfecho original” . Quer dizer que se reconciliar pacificamente com os inimigos é agora mais controverso do que explodir seus miolos? tsc-tsc

Superman II – Super-homem 2

  Como deveria ser:

  Superman II era pra ser um épico conto de Richard Donner sobre o cara mais poderoso da Terra e o porque ele deixou aliens invadirem o mundo só pra se mostrar. Superman II talvez seja o primeiro filme de super-herói a realmente ter uma queda de braço com um vilão. Uma violenta richa entre o Super-homem e o General Zod acabou deixando o homem de aço amassado debaixo de um ônibus
A maior parte de Superman II foi filmada juntamente com o filme original por Donner. Donner está mais pra escola de filmes de heróis de Chrisopher Nolan (The Dark Knight) do que para Joel Schumacher (Batman & Robin), então para Donner um filme não necessariamente precisa ser feito só com cenas de ação. Ele até mesmo trouxe seus próprios roteiristas caso alguma parte do script não lhe agradasse.


  Isso tudo funcionou perfeitamente, exceto pelo fato de que os produtores odiavam a “presunção” de Donner, no entanto depois eles deveriam ter odiado eles mesmos. Donner foi demitido do cargo quando o filme atingiu a marca de 75% completos.

  A versão “melhorada”

  O estúdio contratou o diretor Richard Lester para refilmar a maior parte do filme. O resultado final marca o exato momento em que uma franquia já articulada sobre um homem invulnerável que viaja no tempo dando voltas na Terra rapidamente, se torna ridículo.
Por alguma razão, Lester achou que deveria incluir cenas de comédia que mais parecem saídas da “Praça é Nossa” na cena da luta do homem de aço. Então quando o vilão solta seu super bafo pela cidade, somos obrigados a ver um sorvete de casquinha voando no rosto de um cara.


  Lester ainda achou que deveria dar aos Criptonianos mais poderes ainda, como se super-força, visão de raio-x, invulnerabilidade, viagem no tempo e super-ventriloquismo não bastassem. Em uma das mais inexplicáveis mudanças nos mitos do Super-homem, nosso herói ganhou o estranho poder de jogar sua insígnia no inimigo. Sim, o poder do super-logotipo O.o


  É injusto no entanto dizer que tudo de bom em Superman II se deve a Donner, e que tudo de ruim foi culpa de Lester. Quando foi dado a Lester o poder de filmar uma saga de Superman desde o começo ele nos presenteou com Superman III. Um dos melhores da série.

Onde você pode encontrar o original:

Em 2006, Donner recriou seu filme usando cenas antigas e lançou o DVD Superman II: The Richard Donner Cut.
Infelizmente, como nem todas as cenas foram devidamente filmadas, é fácil perceber a colagem de cenas inacabadas junto com o filme original para tapar os buracos.

tá vai, não dá pra perceber tanto assim…

Dawn of the Dead – Despertar dos Mortos

Como deveria ser:

Nesta primeira saga, o diretor George A. Romero critica o consumismo americano com a seguinte mensagem, “Se vocês insistirem em ficar comprando porcarias, não se surpreendam se zumbis invadirem o shopping local e acabarem com sua raça. Só estou avisando.”

Abaixo o capitalismo!
No climax do filme original, os protagonistas cientes de que não se safariam resolvem se suicidar a juntar-se a legião de mortos vivos. O filme era pra ser concluído com uma cena em que a heroína Fran perde a cabeça na hélice de um helicóptero. Isso é claro era uma analogia com o falho sistema de educação americano na época.

A versão melhorada:

O produto final tenta trilhar dois caminhos. A cena em que todos entram em desespero para cometer o suicídio é mantida…
…mas de repente, Peter muda de idéia sem nenhum motivo aparente e escapa facilmente até o helicóptero com uma música triunfal de fundo na cena inteira.

Aparentemente, o estúdio resolveu optar pelo final menos deprimente, onde nossos heróis serão obrigados a viver o resto de suas vidas num mundo pós-apocalíptico cheio de cadáveres que retornam a vida. O remake de 2004 revela um grande buraco no sript deste final revisado: Porque tentar abrir caminho pelos zumbis quando a solução óbvia seria construir um tanque indestrutível e fazer explosivos usando objetos caseiros?

Acima: a conlcusão lógica

Onde você pode encontrar o original:


Infelizmente não restou nenhuma cena do final original. A única prova de que a cena da decapitação no helicóptero realmente existiu é esse boneco da foto abaixo:

põe uma peruca nesse boneco, vai saber né

Live Free or Die Hard – Duro de matar

Como deveria ser:


Nessa investida da popular franquia Duro de Matar, John McClane deve combater um grupo de cyber terroristas que tentaram invadir o sistema do governo. Ou alguma coisa assim. Olha, nem precisamos saber dos detalhes. A gente vai mesmo é pra ver o Bruce Willis a) atirar em pessoas e b) insultar os seus adversários com o vernáculo ocidental e as implicações de um complexo de Édipo.

A versão melhorada:


Advinha. Ele nem precisou fazer nada disso, poucos meses antes do filme estreiar, os produtores resolveram passar por cima do diretor e editaram quase metade do filme a fim de conseguirem com que a fita recebesse uma classificação +13 anos e abranger um público mais amplo. 

 


O resultado? Conseguiram ferrar com o filme apenas para atender uma demanda demográfica maior. O novo McClane ficou tão fraquinho que não pode nem dizer sua famosa frase. O sangue foi removido digitalmente (e tirar o sangue de um filme de Duro de Matar é como tirar o sangue de um filme de vampiro)

Once você pode encontrar o original:


A versão do DVD sem classificação etária contém inúmeras cenas que foram retiradas da versão do cinema. McClane agora diz sua frase favorita e boa parte das cenas violentas foram repostas sobre o material neutro. 

 

 


Sim, ainda tem aquela cena onde o carro voa sobre o helicóptero e sim, o roteiro ainda não faz o menos sentido. Mas você ficará surpreso de como tudo isso agora faz o filme realmente parecer um Duro de Matar.

Blade Runner

Como deveria ser:


Blade Runner é a adaptação de Ridley Scott sobre a clássica novela de ficção científica Do Androids Dream of Electric Sheep? (Será que os andróides contam carneirinhos elétricos ao dormir?) [um título que se tornou irrelevante já que pesquisas recentes mostraram que os robôs na verdade sonham em escravizar a raça-humana, brinks] Na conclusão do filme original, Rick Deckard escolhe abrigar uma andróide renegada, mesmo sabendo que ela logo encarará o sono eterno (e sem ovelhinhas) 

 

 


O filme original também contém implicações de que o personagem principal poderia ser um replicante ele mesmo, uma virada de roteiro tão criativa e chocante que podíamos até dar desconto pelo fato de não fazer o menor sentido.

A versão melhorada:


O estúdio, pertubado pelo tom sombrio do filme, redublou o filme com uma narração de Harrison Ford, que mais parecia estar lendo um texto sob a mira de uma arma. A narração tinha a intenção de esclarecer as cenas mais confusas do filme usando uma técnica particular em que o narrador descreve coisas totalmente diferente do que se passa na tela. 

 

A narração também revela que a robô Rachael (o amor de Deckard) não foi programada para se auto-destruir e que eles viveram felizes para sempre.

Onde você pode encontrar o original:


Bem, a boa notícia é que você tem muitas opções aqui. Existem inúmeras versões em DVD com o final original todos de fácil alcance a um mercadolivre.com.br mais próximo de você Carai, nessa altura do campeonato é mais fácil ler a porra do livro de uma vez, né?


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2 comentários:

how to ollie disse...

I like your writing style. Nice blog.

M.a.a disse...

Thanks Man!